segunda-feira, 7 de março de 2011

A MARCA DA BRUXA - Uma Superstição Medieval


Os exames nas bruxas, mesmo quando feitos em boa fé, se assim se pode chamar a sinceridade da ignorância maliciosa, eram levados a efeito presididos pela mais abjeta superstição. Alguns funcionários provavam sua eficiência descobrindo as marcas das bruxas e assim identificando-as como traficantes de bruxaria. O mais célebre desses advogados chamava-se Mattew Hopkins, que exercia sua profissão nos condados de Essex, Norfolk, Huntingon e Suffolk, na Inglaterra, nos meados do século XVII, sob o titulo que ele mesmo se havia conferido de "descobridor geral de bruxas’.
Tendo obtido a licença autorizando-o a examinar todas as suspeitas de bruxaria, ele aplicava torturas que obrigavam as vítimas a confessar a culpabilidade das ações mais improváveis e até mesmo impossíveis. As confissões, naturalmente, eram invariável e rapidamente seguidas da pena de morte. O descobridor geral de bruxas fazia saber que possuía certa caderneta que obtivera do diabo, enganando-o. Nesse livro, havia uma lista de todas as bruxas, assim como das pessoas que, na Inglaterra, consultavam as bruxas. Desta fonte superior ele tirava informações exclusivas, possibilitando-o a continuar sua descoberta de bruxas com o maior sucesso.
Hopkins era, na verdade, um bandido desumano e parece incrível que, mesmo nessa época, esse impostor, por um período de vários anos, pudesse continuar suas práticas monstruosas com a aprovação oficial. Só nos condados de Essex e Suffolk, foi o responsável por nada menos de 260 condenações, sendo a maioria de penas capitais. Residindo em Manningthee, Essex, Hopkins viajava com seus dois assistentes, uma mulher e um homem, de um lugar para outro, cercando os suspeitos — em geral pessoas excêntricas, que os espiões haviam informado serem suspeitas ou da prática de bruxaria ou de consulta de bruxas.
O teste que Hopkins aplicava para procurar "a marca da bruxa", como prova de culpabilidade, era o seguinte: a pessoa acusada, moça ou velha, honesta ou desavergonhada, era inteiramente despida e faziam-na sentar-se, pernas cruzadas, num banco ou mesa no centro de algum celeiro. Se a pessoa que estava sendo julgada resistia, recorria-se a força e era amarrada com cordas. Introduziam-lhe então na carne alfinetes compridos "para encontrar a marca" que provaria tratar-se de uma bruxa. Diziam ter encontrado a marca se, no momento em que o alfinete era introduzido em algum ponto ou mancha do corpo, a vitima não gritava de dor. Considerando que a tortura continuava até a perda de toda sensibilidade normal, podemos compreender facilmente que o descobridor de bruxas era sempre bem sucedido em sua busca.
Para ter certeza de descobrir a marca, mesmo no acusado mais difícil, Hopkins recorria ao embuste, usando um instrumento para picar, baseado no principio telescópio, de maneira que, quando apertado de encontro o corpo, a ponta desaparecia, como se tivesse encontrado a carne. Não sentindo dor, a paciente não reagia ao teste, e assim era considerada culpada, graças a uma verdadeira fraude. Muitas vezes a "marca" era uma mancha comum, uma pinta ou algumas elevação carnosa semelhando vagamente uma teta ou, em casos mais raros, uma pequena glândula mamaria. Tendo sido encontrada a marca, era popular que um diabinho familiar, delegado do diabo, viria chupá-la, por isso vigiava-se por um buraco na porta e, invariavelmente, o vigia informava ter visto o diabinho executando o seu trabalho.
No The Laws Against Witches (As leis contra as bruxas), publicado em 1645, narra-se que a "bruxa tem uma teta pequena ou grande no corpo, onde o diabo suga; e além da sucção, o diabo deixa no seu corpo outras marcas, algumas vezes com um ponto azulado. E nos prosélitos inferiores o diabo fixa em alguma parte secreta do corpo uma marca, que é a sua chancela, para conhecer os seus. A parte que recebe a marca fica daí por diante insensível e não sangra, mesmo sendo picada ou unhada pela introdução de um alfinete, sovela ou agulheta".
Outro teste usado por Hopkins era o bárbaro costume antigo conhecido por "fazer nadar a bruxa". A idéia primitiva era que o puro elemento da água não receberia uma pessoa que tivesse renunciado ao batismo, como se acreditava ser o caso das bruxas; então, se a pessoa não afundava quando arrastada através da água, ficava provada a sua bruxaria. O processo deste teste — "prova judiciária pela água"— era levar a pessoa a um lago e lá amarrar-se lhe com barbante os polegares aos dedos do pé. A vítima era então colocada num lençol, cuja pontas eram afrouxadamente atadas. A trouxa seria então puxada através do lago por uma corda. Se flutuava, o que era comum por causa da qualidade flutuante da trouxa, a mulher era culpada de bruxaria e consequentemente condenada. No caso da "bruxa" afundar e ser puxada para a praia antes de morrer, a multidão em geral pedia outros testes e novos métodos de torturas eram aplicados.
Finalmente, uma espécie de justiça poética colheu Hopkins, após uma carreira pública longa demais. Críticas abertas aos seus métodos começaram a ser ouvidas. Um padre obscuro de Huntingdon teve a coragem de escrever e pregar contra as crueldades dos descobridores de bruxas em geral, e de Hopkins em particular. Em 1677, foi preso por seus conterrâneos revoltados e sofredores, e submetido ao próprio teste de "natação". Como muitas de suas vítimas em circunstâncias semelhantes, em vez de afundar, ele flutuou. Por isso foi julgado culpado e enforcado como bruxo.
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Conclusão: até quando as pessoas vão ter a mente fechada e acreditarem em bruxaria na idade média? Quem sabe com essas fontes históricas possamos clarear a mente dos seguidores do tipo ovelhinha, que tanto se rebelam por tudo e por todos, mas não são capazes de observarem seus próprios passos.
Para nós do Conselho de Bruxaria Tradicional, focamos nossos estudos dentro do paganismo, sem pretensão de certo ou errado, nosso compromisso está no estudo, na busca por sabedoria e extase, aos que pensam diferente, que fiquem com a visão cristã, com o período das mortes medievais, com a mistureba de sistemas mágicos, mas lembrem, cada crença tem seu nome, seja Catimbó, seja Tambor de Mina, seja Umbanda, é desonroso se apropriar da crença/ cultura alheia para satisfazer o ego e dizer que isso é bruxaria tradicional, pois no máximo que podemos classificar em feitiçaria baseada em sistemas tradicionais.
Caros, antes de aprenderem magia, aprendam a língua portuguesa, mais propriamente etimologia, vai a dica!
Etimologia - é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem. 
Cordialmente,
Conselho de Bruxaria Tradicional

2 comentários:

  1. Esse texto causou um rebuliço danado! rsrsrs

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  2. É muito interessante saber desses costumes antigos e criam ainda mais curiosidade para o saber.

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